Texto: Neyrilene Costa
As cachoeiras que ficam no Condomínio Mansões Entre Lagos, próximas ao Restaurante Rural localizado em Paranoá/Itapoã, apesar de lindas, estão impróprias para banho. As águas que passam pelo local são as do Ribeirão Sobradinho que, atualmente, está classificado no nível 3 do enquadramento da qualidade das águas, o que inviabiliza o uso para banho ou consumo humano.
Entretanto, neste período de calor, há pessoas que estão se refrescando nessas águas, o que não é uma boa ideia. Por conta da falta de informação correta, uma criança foi contaminada no último fim de semana após um banho. Em fevereiro de 2020, foram colocadas ao longo do Ribeirão Sobradinho, placas de sinalização para alertar à população dos riscos da utilização daquelas águas. Porém, elas têm sidos derrubadas.
Contaminação
No último sábado, 3 de outubro, Luciene Rosa e seu filho Luís Eduardo Araújo, de 13 anos, foram ao Restaurante Rural e, após o almoço, decidiram ir às cachoeiras. Como não foram avisados de que as águas estavam impróprias, Luciene deixou o filho nadar. “Eu já tinha ido lá e entrado no córrego há uns 5 anos, não imaginei que pudesse ter mudado. Meu filho chegou a avistar uma placa no chão, mas, como tinham outras pessoas tomando banho, deixei ele entrar”, conta a moradora do Lago Norte.
O resultado do mergulho não foi bom. No dia seguinte, Luís passou muito mal e teve que ser levado ao hospital. “Ele começou a ter reações, como vômito, febre, dores na barriga e passou a madrugada no hospital tomando soro. Fizemos alguns exames e não apontaram nada. Até então, não sabia o que era”, conta.
Ao chegar em casa, Luciene decidiu pesquisar sobre a cachoeira que tinham ido, já que foi a única coisa de diferente que fizeram no fim de semana. Foi então que soube que ela era imprópria para banho. “Foi aí que entendi o que aconteceu e isso me deixou triste. Pois quem conhece o local e estava lá deveria ter avisado que não podia entrar nas águas, já que para se ter acesso ao local da cachoeira é preciso entrar em propriedade particular e pagar por isso”, desabafa.
Após o ocorrido, Luciene deixa um alerta a todos. “O conselho que dou é para vocês não irem para aquelas cachoeiras, mesmo que o proprietário fale que não estão poluídas, tem que interditar. Antes de ir em qualquer queda d'água pesquisar sobre o local é muito importante”, diz. “O meu filho está melhor, mas poderia ter acontecido coisa pior. Fiquem em alerta sempre!”, acrescenta.
Providências
Após serem comunicados sobre o incidente, o presidente do SOS Ribeirão Sobradinho, Raimundo Barbosa e membros do movimento começaram a divulgar informações para que pessoas não entrem nas águas e para que as placas sejam recolocadas. “Uma das providências que tomamos foi entrar em contato com o presidente do CBH do Paranaíba, Ricardo Minotti, e, também, como o funcionário da Adasa, Cláudio Odilon”, diz.
Como resultado, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) publicou uma matéria falando da derrubada das placas e do risco de contaminação ao usar as águas.
O SOS também divulgou amplamente a informação por redes sociais. “Compartilhamos o ocorrido por meio de WhatsApp, tanto no grupo do SOS como em contatos individuais, além de postar no Instagram do SOS observando o risco de entrar no Ribeirão Sobradinho”, completa Raimundo Barbosa.
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