No Dia da Proteção das Florestas não há muito o que se comemorar, é preciso agir para preservar as florestas e também a mata ciliar do Ribeirão Sobradinho
No Brasil, a data 17 de julho foi escolhida para celebrar o Dia da Proteção das Florestas. O dia vem para lembrar a importância de se conservar as grandes matas deste país. A maior floresta tropical do mundo está aqui, em nosso solo, e é a Amazônica. Outra importante também, que abrange 17 estados, é a Mata Atlântica. Ambas contam com uma biodiversidade enorme de fauna e flora, mantêm a maior parte de água doce do mundo, protegem solos e rios, embelezam os arredores e nos dão uma melhor qualidade de vida.
Entretanto, essas matas são atacadas diariamente e sofrem com o desmatamento desenfreado. De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um crescimento de 27,2% do desmatamento na Mata Atlântica, entre 2018 e 2019, que equivale a um total de 14.502 hectares desflorestados.
Já na Floresta Amazônica, nos primeiros cinco meses de 2020, os alertas de desmatamento cresceram 22%, se comparado a 2019. No ano passado, foram emitidos alertas para 1.511,58 km², no mesmo período deste ano, 1.843,72 km², segundo o sistema Deter-B, que também é desenvolvido pelo Inpe.
Bioma Cerrado
Talvez você ache que essas florestas estão longe e você não pode fazer nada para protegê-las, mas é aí que se engana. Sabia que no Cerrado também há vegetações florestais? Isso mesmo! Aqui no Centro-Oeste é possível encontrar três tipos de formações do bioma Cerrado. São elas: florestais, savânicas e campestres.
Em cada tipo de vegetação há variações de formas. Na florestal, há mata ciliar, mata de galeria, mata seca e cerradão. Na savânica, os cerrados denso, típico, ralo, rupestre, parque de cerrado, palmeiral e vereda. E na campestre, campo rupestre, sujo e limpo. Todos com uma importância diferente para que cada ambiente funcione e produza água, frutos e abrigue animais.
O diretor do SOS e engenheiro florestal Miguel Marinho explica a importância dessas vegetações. “O Cerrado tem a função de ser a 'caixa d'água' para os grandes rios do centro-oeste e é importante também por conta da biodiversidade. As matas e florestas da região têm a função ainda de proteger os rios e servir de abrigo para a fauna e a flora. A formação florestal tem ainda o papel de filtrar a água da chuva para que não se crie erosões, o que mantém a qualidades dos rios”, explica.
Ações do SOS
Para mudar essa situação, cabe não só aos governantes agir e tomar providências, como também à população. O SOS vem atuando em defesa das matas ciliares do Ribeirão Sobradinho, o que contribui para a proteção das florestas e também para a preservação das águas. Uma ação que é desenvolvida por diversas pessoas de Sobradinho e região é o plantio de mudas. O SOS cultiva e também recebe doações dessas mudas e depois faz mutirões de plantios. A atitude de plantar leva a ajuda de membros do projeto, de moradores, de estudantes, de ambientalistas e de muitas outras pessoas. Toda ajuda é bem-vinda nesta luta pela proteção das florestas!
Segundo Marinho, o SOS surge justamente para preservar essas formações florestais, pois as matas que margeiam o ribeirão estão degradadas. “O ribeirão tem várias faixas que estão sem vegetação e sem mata, o que é ocasionado pelo desmatamento. E essa atitude humana faz com que apareçam erosões e poluições que podem acabar com as águas”, diz.
E é aí que o SOS se mobilização junto à população e a órgãos ambientais para mudar essa situação de devastação. “Temos a proposta inicial de sensibilizar a todos para que aí possamos encontrar soluções para a manutenção das águas. Depois, nós fazemos diagnósticos das áreas degradadas e projetos de recuperação, então, enviamos para os setores ambientais responsáveis. A partir daí, começamos a organizar plantios com diversos guardiões da natureza para que essas áreas sejam recuperadas”, completa o engenheiro florestal.
O vídeo mostra uma erosão nas margens do Ribeirão Sobradinho. A gravação foi feita por colaboradores do SOS, dos Guardiões do Meio Ambiente e do Projeto RRP Moura.
Texto: Neyrilene Costa
Fotos: Leandro Di Vieira e arquivo SOS
Essa matéria ficou muito boa. Mostra o perfil e a vocação do SOS Ribeirão. Traz informação que leva à formação da opinião do leitor. Parabéns.