Uma relação de afeto. É assim que Raimundo Pereira Barbosa, de 65 anos, define seu estado emocional com o Ribeirão Sobradinho. “Ele era um lugar de lazer para a minha geração, podíamos tomar banho nele e até usar a água para consumo em casa. O que sinto por ele é algo afetivo”, diz o professor.
Assim como ele, diversas pessoas puderam aproveitar da beleza que eram as águas da região e, o melhor de tudo, sem ter medo de qualquer contaminação. E exatamente por essa relação emotiva com o ribeirão _há 55 anos que ele vive na região_ que Raimundo decidiu fazer algo para tentar mudar a situação precária em que as águas estão se tornando ao longo dos anos.
“Percebo que o uso da água no mundo é um drama. A água é um recurso raro e caro. Uma vez revitalizada ela pode ser usada para abastecimento da população, para uso na irrigação, na indústria etc”, comenta. Então, para fazer mudanças, o também mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, decidiu conduzir sua pesquisa de mestrado voltada para o Ribeirão Sobradinho.
“A ideia de iniciar o movimento SOS Ribeirão Sobrinho surgiu em 2010 após o término de minha pesquisa (Avaliação dos Riscos Ambientais na Região de Sobradinho DF). Dentre as recomendações do artigo está a necessidade de se revitalizar o Ribeirão Sobradinho, que se encontra morto do ponto de vista ambiental devido à ocupação desordenada do solo ocorrida na região de Sobradinho nos últimos 30 anos. Então, iniciamos uma campanha de divulgação para sensibilizar a população por meio de palestras em escolas, igrejas e divulgação no blog AliasTPadua, dirigido pelo jornalista e colaborador Tarcísio Pádua, que deu o nome ao movimento”, conta.
A partir de então diversas ideias e soluções vêm sendo feitas para ajudar o ribeirão. E aquelas águas são motivo de entusiasmo para Raimundo Barbosa. “Representam uma fonte de inspiração, tanto para a produção e disseminação de conhecimento quanto para a continuidade do meu trabalho acadêmico”, ressalta.
As contribuições que o diretor presidente do SOS Ribeirão Sobradinho dá para o projeto são diversificadas. “Além da produção de conhecimento, contribuo também com a manutenção da discussão em torno da ideia de que o Ribeirão tem que ser revitalizado para usufruto das futuras gerações”, completa Barbosa.
Confira a dissertação de mestrado em Gestão Ambiental que Raimundo Barbosa defendeu na Universidade Católica de Brasília (UCB), sob orientação de Gustavo Macedo de Mello Baptista.
Texto: Neyrilene Costa